quinta-feira, 7 de abril de 2011

Boteco bom e lei desigual

Jornalista e boteco têm tudo a ver. Mas boteco que se preza há que ter alma, freguesia espirituosa e luminosa. O Zeppa é melhor de Joinville. Já foi Zeppelim com o Ingo no comando. Ele passou o timão para o Beto, seu imediato e foi-se a mercadejar terrenos, casas, apartamentos e que tais.
Ingo, e agora o Beto, a custa de muito jeito e alguma franqueza livraram-se dos malas. A freqüência ficou no jeito bom de um chope bem tirado. A fauna é diversificada. Advogados, livres pensadores, estudantes, juízes, promotores e jornalistas. Somos mais raro. Eu, até porque moro próximo, e Paulo Marttini que vai na esteira da turma e no sabor de um cuba.
A mesa principal é uso fruto de Walter de Queiroz Guerreiro, José Tomohara, Peter Ballentin, Roberto Bibow, Luiz Zimmermann, Ademir dos Santos e Dorval Schmitt. Theobaldo Manique, o teta, está no departamento médico. Usando a hotelaria da Unimed. É aguardado. Alberto Holdereger, portentoso caso de imunidade ao álcool, está meio ausente com seu violão.
Walter Guerreiro, intelectual, escritor é o típico paulista estressado. O Zé, o Japa, ri à toa. Peter é o gestor da mesa, “dono”, reclamam muitos. Alemão de nascimento, com sobrenome alsaciano e cara de judeu francês é igualmente eclético. Não perde exposições de carros e concertos de rock. Vai ver o U2 em São Paulo. Domina as conversas.
Em homenagem ou por vingança batizaram um aperitivo: A Maldição de Peter. Coisas boa, mas brava. É de engrossar a voz e fazer nascer cabelo no peito. As comidinhas fazem a delicia de homens e mulheres. Sim elas já freqüentam o boteco em grupos, sós ou acompanhadas.
Beto serve bolinho de peixe, de lingüiça, bratwurst (lingüiça assada no álcool) rollmops no óleo e os únicos sanduíches de mortadela e queijo na chapa. Coisa de louco. No canto descansa o Teufelsgeige, o violino do diabo. O estranho e comprido violino com imensos chifres já colocou em fuga algumas carolas aos murmúrios de “sai satanás”. Lugar bom. Pena que o Beto, com apoio absoluto dos clientes e cúmplices, não permita a entrada do dominó.
Pensando bem é melhor assim. Não agüentaria ver o Zé de Mira, Cacau Martim e o Marinho Borba distribuindo cartões se anunciando como professores deste nobre esporte. Caca e Mira até que sabem do ofício, mas o Marinho é apenas enganador. O Zeppa e a Maldição do Peter merecem estar entre as gratas coisas da nossa Joinville. Mas não divulguem. Nossa modéstia não resistiria ao assédio de turistas. Porém, sejam bem vindos os botequeiros, boêmios e filósofos.

Pouca igualdade
Na falta de sala de Estado-Maior, o advogado condenado deve ser recolhido em prisão domiciliar, até o trânsito em julgado de sua sentença. A prerrogativa profissional, prevista no Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/1994), foi garantida liminarmente pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, Ao analisar Reclamação interposta por um advogado paulista, o relator do caso determinou que o defensor deve ser recolhido em casa, já que a Polícia Militar do estado não possui local apropriado para acolhe-lo. A notícia foi divulgada pelo noticiário da OAB Nacional.Por aí tu tiras. A lei não é igual para todos. Que vergonha

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