quinta-feira, 28 de abril de 2011

As intenções do Carlito

O prefeito Carlito Merss passou a manhã apresentando os 60 pontos de uma lista de ações que pretende implementar até o início do ano que vem. As mais importantes delas dependem de aprovação pelo Legislativo.
A primeira reunião ele fez com secretários e diretores detalhando as mudanças, quando e porque acontecem. Na segunda reunião ele apresentou a proposta de mudança para a imprensa.
Abaixo coloco a íntegra do documento. Vamos à avaliação. A lista é, em grande parte, uma carta de intenções. Em sua quase totalidade são propostas que certamente terão apoio da população. Extinção de 13 das 14 secretarias regionais. Fica apenas a Secretaria de Pirabeiraba. Medida salutar visto que estas secretarias serviam apenas para abrigar políticos contemplados em acordos não raro condenáveis. A maioria dos secretários é néscia ou impotente diante da indigência de meios e recursos.
A transformação da Amae em agência reguladora de tarifas é uma decisão inteligente. Tira do prefeito o imenso desgaste que representa atualizar tarifa de água, de lixo, passagem de ônibus e outras.
A parte amarga fica com os servidores que terão zero de reajuste este ano. Fica a promessa de aumentar salários em Janeiro. Outro vespeiro é a decisão de mexer na remuneração dos médicos. Vai também encontrar muitas dificuldades para aumentar a carga de impostos para proprietários de imóveis avaliados em mais de R$ 100 mil. O que em Joinville significa quase a totalidade deles.
Enfim, as propostas são interessantes, mas antevejo dificuldades para torná-las real. Como pretensão e água benta nunca fizeram mal a ninguém, vamos acompanhar o desenrolar dos fatos.




Modernização administrativa

1. Projeto de lei para reestruturação das secretarias regionais de 14 para cinco gerências + Intendência da Pirabeiraba e transformação das demais em coordenadorias regionais (Prazo: elaboração, debate, aprovação e implementação: dezembro/2011)
2. Projeto de lei de criação da Secretaria de Serviços Públicos (Prazo elaboração, debate, aprovação e implementação: dezembro/2011)
3. Projeto de lei de criação da Secretaria da Defesa Civil e Segurança (Prazo elaboração, debate, aprovação e implementação: dezembro/2011)
4. Reestruturação da Secretaria de Assistência Social para Secretaria de Desenvolvimento Social, com incorporação da juventude, emprego e direitos humanos (imediato)
5. Projeto de lei de fusão da SIDE com a Promotur com a Criação da Fundação de Desenvolvimento Econômico e Turismo, com gerências de Turismo, Microempresas e Fomento Empresarial (Prazo: elaboração, debate, aprovação e implementação: dezembro/2011)
6. Projeto de Lei para reestruturação da AMAE (imediato)
7. Projeto de lei de mudança da natureza jurídica da Conurb (autarquia)
8. Criação do Centro Público de Apoio ao Trabalhador (CEPAT) (imediato) Objetivo: viabilizar o convênio de municipalização do SINE
9. Ampliação do sistema de auditorias internas da Controladoria Pública
10. Reativação da Comissão de Qualidade de Obras Públicas
11. Projeto de Lei para criação das diárias e vale alimentação (em tramitação)
12. Implantação da segunda versão do site da Transparência (imediato)
13. Implantação do sistema de protocolo eletrônico único (prazo: seis meses)
14. Ampliação do uso do pregão eletrônico, da tecnologia VOIP, implantação da intranet corporativa, de sistemas de comunicação do tipo "spark", da certidão negativa on line e da consulta de viabilidade pela internet. Objetivo: reduzir a burocracia e otimizar a comunicação interna com redução de custos
15. Licitação dos sistemas contábil e de gerenciamento de pessoal (prazo: 30 dias)
16. Licitação de servidor de porte profissional e equipamento para armazenamento de dados do tipo "storage" (prazo: 30 dias)
17. Implantação de postos de atendimento nas Estações de Cidadania
18. Implantação do sistema de alvarás para eventos on line

Contenção da despesa pública

19. Cancelamento do projeto de transferência da Secretaria da Fazenda para a Rua do Príncipe (R$ 2 milhões de economia)
20. Revisão e racionalização da quantidade de imóveis locados
21. Implantação de nova legislação de permissão e concessão de imóveis públicos
22. Redução do custo dos contratos de monitoramento dos circuitos de CFTV
23. Implantação interna do projeto de "Consumo Consciente" com redução do uso de material descartável e reciclagem de papel (ex. copos descartáveis)
24. Redução em 10% do efetivo terceirizado dos contratos de limpeza e vigilância
25. Pagamento de horas extras restrito para serviços essenciais
26. Extinção de 1.800 vagas do quadro de lotação de servidores
27. Revisão de contratos de custeio, com negociação de indicadores e redução de custos
28. Fim da impressão de holerites (redução de 17 mil impressões) e disponibilização on line
29. Gestão centralizada dos caminhões e máquinas das Secretarias Regionais na Seinfra
30. Congelamento das contratações por seis meses, excetuando-se os setores de saúde, educação e assistência social em casos de obrigatoriedade de prestação dos serviços
31. Implantação do programa "led" de substituição da iluminação pública e redução programada no consumo de energia elétrica. Objetivo: meta de redução de 10% do consumo
32. Redução de 25% da cota anual de combustível (ref: 2010)
33. Corte de 10% em diárias e hospedagens (ref: 2010)
34. Atualização do saldo atuarial da dívida previdenciária Objetivo: reduzir o impacto de curto prazo e garantir recursos para o pagamento de benefícios aos servidores
35. Centralização das contas telefônicas da administração indireta e redução do número de aparelhos de celular (meta: 10%; ref: 2010)
36. Redução da frota de veículos locados (meta: 10% ref: 2010)
Qualificação da receita
37. Antecipação da cobrança do IPTU para 3 de janeiro (15% - desconto) e 1 de fevereiro (10% - desconto)
38. Ampliação das metas de fiscalização tributária
39. Criação de um balcão de negócios para grandes contribuintes
40. Ampliação do programa de recadastramento imobiliário/Univille
41. Projeto de Lei para criação da taxa de drenagem vinculada obrigatoriamente ao combate às enchentes e defesa civil (proposta: 5% do PTU devido para imóveis acima de R$ 100mil)
42. Lançamento do IPTU Premiado
43. Revisão seletiva de isenções fiscais
44. Reativação da campanha de incentivo da nota fiscal com dedução no IPTU
45. Auditoria do Programa Brasil Eficiente (ACIJ) na Secretaria da Fazenda

Ambiente para investimento
46. Regulação das PPPs em obras de pavimentação, saneamento e manutenção de equipamentos públicos Objetivo: parceria/público privada para projetos
47. Ampliação do programa "Adote uma Praça"
48. Elaboração de carta consulta para o BID II (U$ 50 mi)
49. Agilização dos contratos com BADESC
50. Preparação de projetos básicos para novas seletivas do PAC, com prioridade em saneamento, drenagem e pavimentação
51. Utilização do Escritório de Brasília para captação de recursos
52. Projeto de lei que altera a política de incentivos na instalação e ampliação de novas empresas (imediato)
53. Priorização na política de investimentos: - Obras em andamento; - Infra-estrutura urbana; Manutenção de equipamentos públicos.
Ajustes no Serviço Público
54. Regulamentação da gratificação de produtividade para médicos plantonistas dos PAs
55. Regulamentação do "sobre aviso" para servidores da saúde, SAS e SEPLAN
56. Projeto de Lei de fim de triênios para Secretários e Presidentes de Fundação (Art. 234 do Estatuto do Servidor)
57. Reajuste da remuneração dos servidores em 8% a partir de janeiro/2012. (Previsão de custo anual: R$ 39 milhões para 2012)
58. Reajuste diferenciado para comissionados (- 3% do reajuste concedido aos servidores)
59. Reajuste diferenciado de 32% para o Agente Comunitário de Saúde (imediato)
60. Incorporação do abono do Magistério

sábado, 23 de abril de 2011

Força do twitter

Luiz Carlos Fossile, é repórter setorista de esportes. Hoje atua,pelo tanto que sei, exclusivamente em rádio. Não foi sempre assim. Ele trabalhou no na sucursal que o jornal de Santa Catarina mantinha em Joinville. Na época eu dirigia o Santa. Isso nas décadas de 80 e meados dos 90 do século passado.
Voltei para Jonville. Fossile atuar sempre nos esportes e eu em outras áreas do jornalismo não favoreceu estreitamento de laços. Na quinta-feira pela manhã o Reginaldo Jorge informou pelo Twitter que Fossile tinha baixado hospital com uma cardiopatia grave. Ontem, sexta, pelo Twitter e pelo telefone o mesmo Reginaldo, demandado por parentes do jornalista, manifestava preocupação com a situação de abandono que Fossile enfrentava no Hospital Regional de Joinville.
Liguei para dois médicos amigos que sabia estarem de plantão na noite de quinta para sexta. O quadro que me descreveram foi de assustar e revoltar. Os dois médicos também estavam revoltados.
Me disseram que muitos doentes que deveriam permanecer internados tinha recebido alta porque o hospital deu folga aos médicos durante o feriado de Páscoa.Eles não tinham médico para entregar os pacientes após cumprirem a jornada. Apenas um plantonista veio de Florianópolis e que mesmo este iria embora, hoje, sábado, pela manhã.
A normalidade só viria na sgunda-feira. Coisa de louco. Um hospital que referenciado na área de cardiologia com quadros graves sob sua responsabilidade simplesmente dispensou todo o quadro médico.
Isso é coisa para derrubar secretário. Basta que uma dessas mortes anunciadas ocorra. Responderá com grande desgaste político, pessoal e certamente será chamado a responsabilidade na Justiça.
Penso que sou amigo de Renato Castro, diretor do Regional, de Dalmo Claro de Oliveira, Secretário da Saúde. Liguei para ambos, mas as ligações caíram na caixa postal.
Como agir? Então vejamos se o Twitter que está revolucionando os relacionamentos pelo mundo, pode servir de alguma coisa neste caso específico. Serviu
Ao pedido de socorro juntaram-se em questão de duas horas, o Reginaldo, Osman Linconl, Wilson França, Ale Lobo, Renata Fan, William Bonner, Loreni Frannk, Juliano Schmidt, Ney Bueno, IlzeMoreira, Mauricio Peixer, Kennedy Nunes, Orlando Duarte, Ronaldo da Texto Livre, Fabiana Vieira, Carlos Damião, Rejane Gambin, Rui Ferrari, James Tavares e outros não menos importantes mas que não guardei os registros.
Ilze Moreira conseguiu conversar com o Renato Castro que tomou as providências e logo informava que dois médicos estavam com Fossile. Agora a pouco liguei para hospital. Na recepção, o funcionário Marcos, educado, mas lacônico, informou. Sinais vitais sem alteração, respiração sem auxílio, alimenta-se sem auxilio, quadro geral regular. Está vivo. Porém, mais não soube.
O que resta? O imenso poder de mobilização do twitter mais uma vez se comprova.E que a união de pessoas remove montanhas. E, resta o pior: a constatação de que a saúde pública em Joinville não é tratada com compromisso próprio e sagrado de quem é responsável por vidas e destinos.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Feliz Páscoa

Aos meus amigos. Os próximos e também àqueles que só na memória os visito agora. À minha família, aos meus irmãos. De sangue, de fé, de crença de luta. Feliz Páscoa

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Caramuru, o fundador do Brasil

Em 1663 foi publicada em Lisboa a "Chronica da Companhia de Jesus do
Estado do Brasil", do padre jesuíta Simão de Vasconcellos, o primeiro livro a
estender-se sobre a "breve história notável do celebrado Diogo Álvares".Em
quatro páginas, inseridas na história do primeiro donatário da Bahia, Francisco , Pereira Coutinho, o jesuíta diz em resumo o seguinte: Diogo Alvares (não grafa
o sobrenome "Correia") nasceu em Viana, de "gente nobre"; embarcou após 1530, para o Brasil ou para a India, sofrendo naufrágio no litoral da Bahia; feito cativo
com outros que escaparam ao mar e à antropofagia, dedicou-se com constância
a retirar os despojos do navio (entre os quais pólvora e arcabuzes), e os índios
"contentaram-se dele e assentaram entre si que aquele ficasse com vida"; consertado
o arcabuz, disparou um tiro para cima, matando provavelmente uma fera
ou uma ave, o que ocasionou grande medo aos índios, "dizendo a vozes que era
um homem de fogo que queria matá-los"; lutou do lado daqueles índios contra
outros, ganhando, com seu arcabuz, fama "por todos os sertões, e foi tido por
homem portentoso [ .. . ] e aqui lhe acrescentaram o nome, chamando-lhe o grande
Caramuru [ ... ]"; assentou casa em Vila Velha e "teve aqui grande família e muitas
mulheres [ ... ] houve muitos filhos e filhas, que pelo tempo foram cabeças de
nobres gerações"; embarcou para a França numa nau carregada de pau-brasil,
levando consigo "a mais querida das suas mulheres, dotada de formosura e
princesa daquela gente [ ... ] não sem grande inveja das que ficaram"; o casal foi
recebido pelos reis de França, a mulher foi batizada, recebendo "por nome , Catarina Alvares, sendo o do Brasil Paraguaçu", e ambos foram casados; os reis
franceses não consentiram que Diogo voltasse a Portugal, mas este conseguiu
enviar a dom João lU notícias sobre o Brasil e sobre a necessidade de povoar este
país; ele e Catarina retornaram à América com duas naus carregadas e com
artilharia, após se comprometerem a encher as naus francesas de pau-brasil, o
que fizeram; Diogo prosperou, tornando-se "senhor de muitos escravos"; ajudou
uma nau castelhana que naufragara, recebendo mais tarde uma carta de
agradecimento do imperador Carlos V; durante o episódio deste naufrágio,
Catarina pediu a Diogo "que tornasse a buscar-lhe uma mulher, que viera na nau,
e estava entre os índios, porque lhe aparecia em visão, e lhe dizia que a mandasse
vir para junto a si, e lhe fizesse uma casa"; após muitas tentativas, encontrou-se
"uma imagem de Nossa Senhora que um índio recolhera na praia e tinha lançado
ao canto de uma casa"; Catarina identificou esta imagem com a da visão; a
imagem recebeu uma casa e foi "honrada com o título de Nossa Senhora da Graça,
enriquecida de muitas relíquias e indulgências, que então mandou o Sumo
Pontífice", passando à guarda dos beneditinos; os filhos e filhas "destes dois
devotos da Senhora" foram batizados por religiosos, casando-se várias filhas com
fidalgos (constam seus nomes) e "deste tronco procederam muitas das melhores
e mais nobres famílias da Bahia"; "donde dizemos que Francisco Pereira
Coutinho [donatário da Bahia] foi o primeiro povoador por data d'EI-Rei, e , direito. Real; porém Diogo Alvares foi o primeiro por data dos senhores da terra naturaIS, o do direito das gentes" .

terça-feira, 19 de abril de 2011

Não sejam idiotas

Peço isso - não sejam idiotas - porém não no sentido latino que vertemos para o portugues, mas no sentido da lingua que criou o vocábulo: o grego. Não sejam idiotas e se envolvam nas questões e direitos de Jonville.

A palavra idiota é de origem grega e vem do termo idiótes, que significa o homem privado, num sentido de oposição ao homem público. Foi o general e estadista Péricles (495–429 a.C.) quem classificou de idiótes (idios: separado, privado), os cidadãos que não se preocupavam ou não se ocupavam das questões referentes à Atenas, cuidando exclusivamente de suas ações e assuntos particulares.

A democracia ateniense funcionava sob a ideia de participação coletiva nas suas decisões. Desta forma, aqueles que abandonavam esse dever eram tratados com desprezo. Por este motivo, a palavra rapidamente se transformou em insulto contra os que assim se posicionavam.

Indo além da designação de maus cidadãos, idiótes assumiu dentro de seu significado a ideia de alienação em relação ao mundo real. Com o avanço da civilização romana, ao difundir-se pela Europa, o termo idiota firmou-se como uma alusão à ignorância e à debilidade mental.

Na psiquiatria, o termo idiotia designa o grau mais elevado da chamada tríade oligofrênica (debilidade, imbecilidade e idiotia) e o indivíduo portador possui o menor grau de desenvolvimento intelectual.

O indivíduo idiota não desenvolve a fala tornando-se incapaz de articular palavras. Não assimila noções de higiene pessoal e nem evolui em seu pudor. Hoje em dia esse termo não é mais utilizado com freqüência, mas ainda se vê diagnósticos utilizando a expressão

Joinville, um burro de carga

Recebo de amigos um artigo que Marciel Amorin, postou no Portal Joinville. Pela pertinência republico-o, embora discorde da conclusão final. Diz ele, com ironia, que Joinville é burro de carga e tem de calar. Penso que, assim como Marciel não se calou, não podemos nós também silenciar. Juntar forças para reivindicar. Multiplicar canais para fazer ressoar nosso protesto e nossa reivindicação. Abaixo a íntegra o texto de Marciel.
"Na semana passada o governo estadual, anunciou os investimentos que fará no estado em obras de infra-estrutura viária. Muito bem, dos R$1,3bi anunciados, apenas
R$40 milhões serão investidos em obras em Joinville, e outros 50 milhões na região de Itapoá e na "Costa do Encanto".
Só para se ter uma idéia, esse investimento em Joinville, é 3 vezes menos do que se irá gastar para manter de pé a Ponte Hercilio Luz, em Florianópolis, afora outros
R$140 milhões que irão gastar em Floripa, para melhorar o acesso ao Aeroporto e na duplicação da rodovia que liga os balneários dos ricaços, Jurerê e Canasvieiras .

Que conclusão tiramos com tudo isso?

Bem, primeiro que Joinville está mais desprestigiado que o jogador Adriano;
Que a população de Florianópolis, é muito mais importante, que os pobres trabalhadores de Joinville;Que o empresariado de Joinville, é menos influente que os abastados Florianopolitanos;
Que é mais importante levar uma Ferrari com qualidade de Jurerê a Canasvieiras, que um Caminhão com um Conteiner da Embraco ao porto de São Chico;
Que manter uma velha ponte de pé, onde não trafega nem pedestre, é mais importante que desafogar as cobalidas ruas joinvilenses;
Que apesar de sermos responsáveis por 30% do PIB do estado, não temos moral para receber proporcionalmente os investimentos do estado;
Que enfim, Joinville é burro de carga, e que burro de carga tem que trabalhar quieto e não reclamar!"

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Porque nos perdemos?

Passei o final de semana dividido entre mandriar, me inteirando das notícias, estudando processo que condenou Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, à forca e esquartejamento e também a biografia do último presidente da república velha, Washington Luís Pereira de Souza.
Engraçado é o os oito juízes que assinaram a sentença de Tiradentes colocaram apenas um nome. Foi preciso pesquisa para identificar corretamente os magistrados. Lá descobri que Tiradentes planejava uma bandeira para a república mineira com três triângulos, mas foi voto vencido e colocaram apenas um, como hoje ostenta o pendão mineiro. Dentro de algumas semanas colocarei aqui um texto sobre a sentença.
Washington Luís, carioca, nasceu em família muito pobre. Estudou, formou-se em direito e foi trabalhar no interior paulista e neste estado construiu a carreira que o faz um dos maiores estadistas do país e um dos mais esquecidos.
Só para aguçar os que gostam de estudar. Como Secretário de Justiça criou a carreira de policial civil aprovado em concurso e com curso superior. Criou a força pública, hoje Polícia Militar, de São Paulo, o primeiro presídio e decretou que as prisões só poderiam ocorrer com motivo concreto e que se prendessem tinham de processar. Queria acabar com as detenções arbitrarias e os casos de prisões sem julgamento.
Prefeito de São Paulo, (1915/19) enfrentou os quatro grandes G's no mandato. A Guerra, as Greves, a Gripe Espanhola e as Geadas. As grevistas dominaram São Paulo por mais de um mês sob o comando de anarquistas e socialistas. Espalharam-se pelo país. Foram reprimidas com centenas de mortos. Mais um caso pouco divulgado. Grevistas queriam aposentadorias, jornada de oito horas, proibição do trabalho infantil e do trabalho noturno para mulheres. Fez 200 quilômetros de estradas na capital.
Amigo de Monteiro Lobato, quando assumiu o governo de São Paulo, ele solicitou ao escritor um livro para as aulas de leitura nas escolas estaduais. O taubateano criou a Menina de Narizinho Arrebitado, dando início a uma vasta e única obra de literatura infantil no Brasil.
Afonso Pena tinha marcado sua administração com ações em favor do povoamento dos grandes espaços vazios do Brasil. Dizia que "Governar é povoar". Washington Luís foi adiante: "Governar é povoar, mas para povoar é preciso abrir estradas de rodagem. Assim Governar é abrir estradas". De tanto investir em infraestrutura foi apelidado pelos amigos de "O estradeiro" e pelos desafetos de "General Estrada de Bobagem"
O homem virou uma unanimidade nacional Assim, no dia 1 de março de 1926, Washington Luís obtém a maior votação até então para a presidência da república: 688.528 votos contra míseros 1.116 votos dados ao seu opositor, o general Joaquim Francisco de Assis Brasil. Assume em novembro. No seu governo a Coluna Prestes desaparece nos sertões da Bolívia, enfrenta a crise do café e a quebra da bolsa de Nova Iorque em 29. Mesmo assim o País atravessa período de calmaria e crescimento. Chegam 1930 e as eleições para a escolha de seu sucessor resultaram no golpe que deu a Getúlio Vargas os 15 anos de poder. Não fosse isso o Brasil hoje seria outro. Melhor? Pior? Acredito que melhor.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Juiz audacioso, beijos e sinecura

Tudo por um beijo
Lembro os beijos todos de minha vida. Aquele do amor incondicional da mãe, da avó. Meu pai não beijava filhos. Só as filhas. O beijo tímido que fez bramir o coração. O beijo rápido fugidio. O único. O que nem valeu. O inesquecível. O sôfrego, o terno, o doce, o amargo, ao despertar, ao dormir, ao partir. O dos filhos e nos filhos. Do meu neto e no meu neto. O beijo de Judas. Ah! Quantos. Pensei que sim, mas não me mataram. Fortaleceram.
O beijo sereno, maduro, convicto. Amigo e entre irmãos. Beijos tidos e todos os que ainda quero. Agora mais qualificados, menos quantificados. Desses que não perturbam, enternecem. Onde não há paixão, mas com eterno amor.

O coração do Maneca
Maneca Dias, o herdeiro de Brizola, dono do PDT catarinense e sócio do nacional foi hospitalizado hoje. Aos 72 anos o coração pregou-lhe um susto. Está atendido no Instituto do Coração. Penso que Maneca representa o tipo de político caudilhesco já ultrapassado. Não há, porém, como não reconhecer sua importância na história política nacional. Especialmente na consolidação do MDB em Santa Catarina e na luta pela redemocratização.

Mortandade das motos
Em dez anos, o número de motociclistas mortos em acidentes de trânsito no Brasil aumentou 754%. De acordo com complemento do estudo Mapa da Violência 2011, divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Sangari. Em 1998 foram 1.047 mortes de motociclistas no país. Em 2008, esse número subiu para 8.939 mortes.
Atribuir o aumento da mortalidade de motociclistas ao crescimento da frota na última década, que foi de 368,8% é simplificar o problema.

Sarney, o oportunista

José Sarney, o senhor do Maranhão perdeu a grande oportunidade de entrar para a história como uma figura maior. Ser escritor e primeiro presidente da redemocratização bastaria para a absolvição de todos os outros pecadilhos. O tempo levaria ao esquecimento seu governo pífio.
Mas não, Seu apego canhestro ao poder fez dele um símbolo da corrupção ombreando-se com Maluf e outros da mesma catadura A jornalista Dora Kramer usou duas palavras para definir a proposta Sarney, de fazer uma nova consulta popular sobre a proibição de venda de armas: acintosamente oportunista. O Senado, que ele preside, não cuida de si, não cumpre as promessas de corrigir as deformações administrativas, não zela pela autonomia do Poder Legislativo, nem sequer controla o ponto dos funcionários, mas é ágil quando se trata de surfar na onda da comoção popular.

Estofo para ministro
Li a dissertação apresentada na Univali pelo juiz Davidson Jahn de Mello pelo título de mestre “O estado democrático de direito e a judicialização das políticas públicas na área de segurança com enfoque no sistema prisional”. É uma magnífica proposta audaciosa e coerente. É também um presta atenção aos poderes executivo e legislativo. Em outro país este trabalho qualificaria o autor a secretário de estado ou ministro. A íntegra da tese pode ser acessada no endereço: http://www6.univali.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=775

O esperneio dos fisiologistas
Esta manhã observei intensa atividade na internet e no twitter. Jornalistas que condenam o aumenta do número de vereadores em Joinville foram assediados pela tropa que defende a ocupação das 25 cadeiras. Osman Linconl foi ofendido enquanto apresentava o programa matutino na Rádio Clube. Osni Martins no twitter quebrou lança com a turma desejosa de uma sinecurazinha e com suplentes excitados com a possibilidade de serem titular de um mandato que o eleitor lhes negou.

Espinho na cadeira
A presidente Dilma advertiu o ministro Guido Mantega que ele só permanecerá no posto se dominar a inflação. Reclama que ele náo tem um plano e age apenas pontualmente. Fica correndo atrás do prejuízo. Antônio Pallocci, apostando no fracasso do colega e crente que será o escolhido já faz convites para os futuros membros da equipe

terça-feira, 12 de abril de 2011

Coisas de um 12 de abril

Vamos para o espaço

Hoje se comemora o cinqüentenário da ida do primeiro homem ao espaço. Yuri Gagarin, um jovem piloto russo, filho de colonos foi o primeiro ser humano a deixar a atmosfera, romper a corrente da gravidade e flutuar no espaço. Duas frases dele fizeram história: “Olhei para todos os lados e não vi Deus”. Pura propaganda do materialismo dialético russo para alfinetar o puritanismo americano.
A outra expressão foi puramente humana, espontânea, criança: “A terra é azul”. Hoje conversei com o advogado Carlos Adauto Vieira sobre como Joinville viveu este momento lá no distante de 12 de abril de 1961. Muita gente não acreditou. A maioria ficou pasma. O dono do restaurante Riachuelo, que funcionava diante da Sociedade Harmonia Lyra, contrariando a tradição serviu feijão vermelho no almoço.
Passados tantos anos o homem já foi até a Lula, fez pousar duas naves em marte e tem satélites viajando para os confins do universo, muito além de nosso sistema solar. Aqui na terra tem empresário investindo em aeronaves que levarão turistas para o espaço. O piloto Rubens Barrichello está com passagens compradas. E nós que vivemos todo o século 20 temendo o ataque de marcianos estamos construindo equipamentos e tecnologia para invadir marte.

Funções de um secretário

Romualdo França está tomando ciência do aparato da Secretária de Desenvolvimento Regional do Governo do Estado de Santa Catarina que ele assumiu. Está descobrindo quem é quem e o que faz. Porém tem muita clareza de sua missão. Cuidar da imagem do governo que deseja se firmar com a filosofia de estar próximo do cidadão. Para isto tem de cuidar do varejinho. Fazer sala para vereadores, prefeitos, lideranças comunitárias, cuidar que escolas tenham portas, vidraças inteiras, sem banheiros entupidos e que funcionários estaduais além de suas atividades também sejam educados, corteses e tratem a todos como se fossem o tio favorito.
Numa segunda esfera tem de agir como animador do desenvolvimento regional proporcionando, provocando e oferecendo canais de comunicação e ação entre as secretárias de estado, entre estas e as prefeituras e entre prefeitos, vereadores e líderes da região. Aí atuará com foco mais forte na saúde, educação, segurança, agricultura e turismo.
No plano do macro desenvolvimento terá de atuar e será cobrado por tudo. Duplicação da 280, melhorias no porto de São Francisco, duplicação da Dona Francisca, melhorias no aeroporto de Joinville e construção do grande aeroporto comercial privado. Concluir a rodovia do Encanto e o acesso ao porto de Itapoá. Acesso à praia do Erwino e a ligação Barra do Sul-Br-101 Não será pouca coisa e não apenas para quatro anos.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Pouca justiça, muitos direitos e nenhum respeito

Sou gasparense, mestiço, fumante, calvo, acima do peso, liberal, às vésperas dos 60 e heterossexual. Observando, lendo, vendo o que acontece ao derredor, em Florianópolis e Brasília temo seriamente que, se não me exterminarem, terminarei meus dias em alguma masmorra.
Ser gasparense é uma contingência e também significa pertencer a uma minoria. Ser gasparense e descendente de índios, belgas, espanhóis e bascos me coloca em grupo ainda mais diminuto. Tão insignificante que nestes tempos de cotas me torna um pária.
Além de tudo sou calvo. Já tive cabelos. Eram pretos e abundantes. Agora se foram. Virei referência geográfica. “Onde”?”“ Lá ó. Perto do careca”. É humilhante, mas isso eu posso agüentar.
Suporto também estoicamente meus amigos não me escalarem – especialmente o Veríssimo – para o time de futebol da imprensa. Nem reserva sou mais. “Está muito gordo” acusam-me impiedosamente. Ferido sorrio, e lembro-me dos tempos em que fazia gols memoráveis e me buscavam em casa para atuar no time. Ninguém me defende.
Este ano completarei 60 anos. Já ouço que meu tempo passou. Estou superado. Tudo o que aprendi não tem mais serventia. Tudo o que aprendo diariamente até que seria útil se estivesse de posse de alguém mais jovem. De nada adianta estar atento, raciocinar com clareza, escrever com alguma qualidade e pensar que ainda é cedo para a aposentadoria. “Teje aposentado e não incomode quem tem tudo pela frente”.
Sou liberal. Isso é um crime. Defendo liberdade individual, nos campos econômico, político, religioso e intelectual, contra as ingerências e atitudes coercitivas do poder estatal. Posso gritar até a rouquidão que estes são os princípios que defendo. “Fingido. Você é um reacionário de direita”, apodam-me
Sou heterossexual. Sinto vergonha de estar escrevendo isso. Mas é necessário. Sou do tempo e um mundo em que isso só interessaria a minha parceira até porque ela não esperaria coisa diferente. Mas imponho-me confessar tal escolha antes que as leis e convenções denominadas políticamentes corretas me impeçam de fazê-lo. Ou pior, decretem que tal opção é crime contra a humanidade.
Sou fumante. Estou me preparando para mudar esta condição. Mas outros continuarão sendo. Pagamos impostos e que impostos. Vender cigarros é permitido por lei, mas fumar virou crime. Somos empurrados para fora dos bares. Para a chuva, o frio e o vento. Leprosos dos novos tempos.
Tem razão o Jordi Castan ao provocar hoje com a oclocracia. Isto embora seja um palavrão ainda não é ofensivo. Representa a situação em que vivemos. Significa o poder da multidão. Não é uma forma de governo, mas quando instituições e o próprio governo se curvam à irracionalidade das multidões. É quando o direito positivo torna-se subalterno dos instintos e vontades da turba ululante e volúvel. Pobre país que no alvorecer do século 21 passa a construir um sistema de castas e privilegiados.

Melancolia dos 100 dias

Ontem, talvez para marcar os 100 dias de seu governo e por conta de uma escala para reabastecimento, a presidente Dilma, cercada de familiares, jornalistas e assessores fez um prosaico passeio nas ruínas da gloriosa civilização grega. Ele estava a caminho da China aonde chegou hoje.
Que podemos dizer de nossa presidente e seu governo. Vamos primeiro às coisas positivas e conquistas.
1- Esfacelou a oposição. Reduzida ao silêncio, parte minúscula dos opositores tenta construir um projeto que até hoje não tinha. Já a maior parcela estuda maneira de aderir ao poder.
2- Ao contrário do seu antecessor falastrão, a presidente atua com sobriedade e discrição.
Vamos aos fatos negativos:
1- Sem poder reclamar ela tem que pagar a conta da gastança de Lula.
2- Em 100 dias não iniciou uma obra realmente significativa nem apresentou projeto de governo
3- Seu ministério é inexpressivo e se acovardou diante do perfil centralizador da chefa.
4- O governo perdeu o controle da inflação e a meta do ano estará estourada antes de junho. Analistas isentos e apoiadores concordam que se a inflação sair do controle o governo acaba antes de começar.
5- Muito semelhante aos tempos do dragão inflacionário o governo afirma que a mantém sob controle, mas permite a disparada dos preços dos combustíveis.
Não há muito para comemorar, mas ainda é cedo para perder as esperanças. Porém, é bom desconfiar.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Direito, armas e tragédia

A garantia do direito do cidadão se armar em algum momento resultará em conflito, tragédias, feridos e mortos. O mundo ideal não terá armas e o confronto estará restrito ao campo das idéias e dos esportes.
Só que o este mundo perfeito é uma utopia apenas sonhada. A realidade seja no concerto das nações e dos indivíduos é conflituosa e tensa. O poder, mesmo em democracias é exercido por pessoas que com muita freqüência passam a usá-lo contra o povo para nele manter-se.
A legislação em vigor em todo mundo estabelece que o Estado tem monopólio da violência para manter a ordem e a segurança individual. A linha que separa o império da lei da repressão e opressão aos direitos é muito tênue. Nesse caso é legítimo que a população use de todos os meios para restaurar seus direitos.
Não há revoluções sem vítimas. São fáceis de iniciar e imprevisíveis quanto à duração e conseqüências. Porém, infelizmente, em nosso estado civilizatório – basta olhar o que acontece agora em todo mundo – podemos combater e denunciar as injustiças com a força das idéias, mas removê-las só é possível pelo emprego da força e com os meios necessários.
Sendo assim defendo e luto pelo direito da população, o homem e mulher, entrar numa loja se identificar e comprar armas. Aceito a supressão desse direito quando nosso Estado desarmar os marginais, apreender todas as armas ilegais e impedir o contrabando delas. Vejam o caso do Rio de Janeiro. Esperem que as autoridades divulguem a origem das duas armas utilizadas pelo louco. Aposto que comprou de algum criminoso em uma viela escura.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Boteco bom e lei desigual

Jornalista e boteco têm tudo a ver. Mas boteco que se preza há que ter alma, freguesia espirituosa e luminosa. O Zeppa é melhor de Joinville. Já foi Zeppelim com o Ingo no comando. Ele passou o timão para o Beto, seu imediato e foi-se a mercadejar terrenos, casas, apartamentos e que tais.
Ingo, e agora o Beto, a custa de muito jeito e alguma franqueza livraram-se dos malas. A freqüência ficou no jeito bom de um chope bem tirado. A fauna é diversificada. Advogados, livres pensadores, estudantes, juízes, promotores e jornalistas. Somos mais raro. Eu, até porque moro próximo, e Paulo Marttini que vai na esteira da turma e no sabor de um cuba.
A mesa principal é uso fruto de Walter de Queiroz Guerreiro, José Tomohara, Peter Ballentin, Roberto Bibow, Luiz Zimmermann, Ademir dos Santos e Dorval Schmitt. Theobaldo Manique, o teta, está no departamento médico. Usando a hotelaria da Unimed. É aguardado. Alberto Holdereger, portentoso caso de imunidade ao álcool, está meio ausente com seu violão.
Walter Guerreiro, intelectual, escritor é o típico paulista estressado. O Zé, o Japa, ri à toa. Peter é o gestor da mesa, “dono”, reclamam muitos. Alemão de nascimento, com sobrenome alsaciano e cara de judeu francês é igualmente eclético. Não perde exposições de carros e concertos de rock. Vai ver o U2 em São Paulo. Domina as conversas.
Em homenagem ou por vingança batizaram um aperitivo: A Maldição de Peter. Coisas boa, mas brava. É de engrossar a voz e fazer nascer cabelo no peito. As comidinhas fazem a delicia de homens e mulheres. Sim elas já freqüentam o boteco em grupos, sós ou acompanhadas.
Beto serve bolinho de peixe, de lingüiça, bratwurst (lingüiça assada no álcool) rollmops no óleo e os únicos sanduíches de mortadela e queijo na chapa. Coisa de louco. No canto descansa o Teufelsgeige, o violino do diabo. O estranho e comprido violino com imensos chifres já colocou em fuga algumas carolas aos murmúrios de “sai satanás”. Lugar bom. Pena que o Beto, com apoio absoluto dos clientes e cúmplices, não permita a entrada do dominó.
Pensando bem é melhor assim. Não agüentaria ver o Zé de Mira, Cacau Martim e o Marinho Borba distribuindo cartões se anunciando como professores deste nobre esporte. Caca e Mira até que sabem do ofício, mas o Marinho é apenas enganador. O Zeppa e a Maldição do Peter merecem estar entre as gratas coisas da nossa Joinville. Mas não divulguem. Nossa modéstia não resistiria ao assédio de turistas. Porém, sejam bem vindos os botequeiros, boêmios e filósofos.

Pouca igualdade
Na falta de sala de Estado-Maior, o advogado condenado deve ser recolhido em prisão domiciliar, até o trânsito em julgado de sua sentença. A prerrogativa profissional, prevista no Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/1994), foi garantida liminarmente pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, Ao analisar Reclamação interposta por um advogado paulista, o relator do caso determinou que o defensor deve ser recolhido em casa, já que a Polícia Militar do estado não possui local apropriado para acolhe-lo. A notícia foi divulgada pelo noticiário da OAB Nacional.Por aí tu tiras. A lei não é igual para todos. Que vergonha

Totalitarismo, jornalismo e tragédias

Dia do jornalista
Bad news are good news. Más notícias são boas notícias. A máxima do jornalismo americano virou regra para o jornalismo mundial. Notícia boa só é manchete se vier da página de esportes. Amanhã todas as manchetes dos jornais pelo Brasil e mundo afora estamparão a tragédia do Rio de Janeiro. E hoje é dia do jornalista.
Faço dessa profissão a razão de viver a 42 anos. Cobri tragédias iguais ou maiores que essa em tantos lugares. Tenho pesadelos com pessoas saltando das chamas do Andrauss e Joelma para a morte na calçada. Explodindo como grandes pacotes cheios de sangue. Três dias depois comprei uma pinça e arranquei todos os cabelos do nariz para tentar me livrar do cheiro de sangue e carne queimada. Vi mortos empilhados em Moçambique e Angola. Crianças dilaceradas por minas, pequenos corpos trespassados por facões da guerrilha e de soldados coloniais. Assisti o final da matança no Congo, apenas 15 anos depois que os soldados do monarca belga Leopoldo tinham chacinada a população antes de partirem. Como tantos outros antes de mim e centenas ainda hoje, cacei notícias ruins onde elas estivessem. Precisamos denunciar o mal, ouvia, dizia para mim e ensinei adiante. Também é isso, mas a verdade é que sempre vendemos para o café da manhã dos bem nascidos as cenas grotescas da tragédia humana. As TVs estão fazendo isso hoje e os jornais estamparão isso amanhã.
Mas, no Brasil, o dia do jornalista é hoje. E ele também nasceu como uma planta irônica sobre sepultura. João Batista Líbero Badaró nasceu e se fez médico na Itália. Maçon e apóstolo do liberalismo veio para o Brasil. Viveu algum tempo no Rio de Janeiro, foi radicar-se em São Paulo e em1829 fundou o jornal Observador Liberal que desde a primeira edição atacava o absolutismo de D. Pedro I e defendia o modelo democrata e republicano.
O despotismo do imperador, o sucesso das idéias liberais na França e Estados Unidos, a perda da Província Cisplatina e o crescente interesse de D. Pedro pelos negócios portugueses levantou um tsunami de impopularidade para o regime. Em São Paulo, Badaró insuflava a oposição especialmente no meio estudantil. Em 21 de novembro de 1830, depois de participar de uma passeata com estudantes ele foi abordado por quatro homens com sotaque alemão. Um deles sacou a arma e disparou contra o jornalista. Ferido gravemente Badaró morreu no dia seguinte. A um repórter de seu jornal ele disse: Morre um liberal, mas a liberdade continua.
Acusado de mandar matar o jornalista o imperador foi hostilizado em Minas e no Rio e manifestações também ocorreram no Recife e Bahia. A colônia portuguesa realizou uma grande manifestação de desagravo no Rio de Janeiro o que só fez piorar o quadro. Que fosse ele embora com os portugueses. Assim no dia 7 de abril de 1831 Dom Pedro atirou a coroa sobre a cama do filho e foi embora. O Brasil ainda esperaria 58 anos para virar república. Em 1931, no centenário da abdicação, em homenagem a Líbero Badaró, o governo de Getúlio Vargas decretava o 7 de abril como o Dia do Jornalista.
Sendo assim, o nosso dia nasceu da morte de um colega que com seu sacrifício derrubou um imperador totalitário e teve este feito reconhecido por um ditador. E assim seguimos nós, todos os que de tanto noticiarem o mal não se tornaram bêbados, na trilha de novas tragédias e antigas verdades. Hoje ficará na história. No dia do jornalista, em 7 de abril de 2011, um jovem insano que buscou inspiração e conhecimento na internet, servindo-se de textos de jornalistas perpetrou uma tragédia que será lembrada para sempre. Suprema ironia

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Cozinha perigosa

Mais uma terça inesquecível. Entramos resolutamente pela madrugada de quarta. Relutantes partimos. Questões pendentes, teorias inconclusas, por pouco não salvamos o mundo pela obtenção do conhecimento absoluto das mazelas e virtudes da humanidade. Fomos tão sábios. Hoje, cedo, mal desperto surpreendo-me mais ignorante que ontem.
Comemoramos o aniversário de sete companheiros. Paulo Santana, Salésio Medeiros, Pedrão, Jair, Kelson, Henrique, Jurandir e o Gole. Pedrão cozinhou. Bacalhau na panela de pressão. Levou ciumentamente uma cachaça mineira de quem não vi o destino. Henrique compareceu com os vinhos. Chilenos, argentinos e portugueses. Jair abusou com espumantes. Os demais ratearam a conta.
Entre nós cozinhar é ,para uns, arte, para outros, obrigação e há diminuta parcela, na qual me incluo, para quem cozinha é local de experimento. Vez ou outra sai coisas portentosas, amiudemente intragáveis gororobas e, ocasionalmente, cenário de desastres.
“Atenção. Muito cuidado hoje que o João vai cozinhar”! Tudo porque na elaboração do meu prato campeão (picanha de panela) explodi três panelas de pressão, danifiquei o fogão de morte,coloquei a turma em desabalada fuga (voces já viram uns 20 sessentões correndo apavorados? Coisa para cobrar ingresso) e causei a perda irrecuperável e imperdoável da provisão de vinhos. Mas a carne foi elogiada.

Leia e aprenda

Por princípio não redespacho correntes. Mesmo aquelas que ameaçam desastres até a décima geração. No caso presente optei por publicar. São ensinamentos que todos sabemos, mas estão de tal maneira condensados e ordenados que penso ser proveitoso para todos nós. Obrigado à Tânia Marcelino que teve o bom senso de mandar o texto.
Escrito por Regina Brett, 90 anos de idade, que assina uma coluna no The Plain Dealer, Cleveland, Ohio.

"Para celebrar o meu envelhecimento, certo dia eu escrevi as 45 lições que a vida me ensinou. É a coluna mais solicitada que eu já escrevi."
Meu hodômetro passou dos 90 em agosto, portanto aqui vai a coluna mais uma vez:

1. A vida não é justa, mas ainda é boa.

2. Quando estiver em dúvida, dê somente o próximo passo, pequeno .

3. A vida é muito curta para desperdiçá-la odiando alguém.

4. Seu trabalho não cuidará de você quando você ficar doente. Seus amigos e familiares cuidarão. Permaneça em contato.

5. Pague mensalmente seus cartões de crédito.

6. Você não tem que ganhar todas as vezes. Concorde em discordar.

7. Chore com alguém. Cura melhor do que chorar sozinho.

8. É bom ficar bravo com Deus Ele pode suportar isso.

9. Economize para a aposentadoria começando com seu primeiro salário.

10. Quanto a chocolate, é inútil resistir.

11. Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente.

12. É bom deixar suas crianças verem que você chora.

13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem idéia do que é a jornada deles.

14. Se um relacionamento tiver que ser um segredo, você não deveria entrar nele.

15. Tudo pode mudar num piscar de olhos Mas não se preocupe; Deus nunca pisca.

16. Respire fundo. Isso acalma a mente.

17. Livre-se de qualquer coisa que não seja útil, bonito ou alegre.

18. Qualquer coisa que não o matar o tornará realmente mais forte.

19. Nunca é muito tarde para ter uma infância feliz. Mas a segunda vez é por sua conta e ninguém mais.

20. Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta.

21. Acenda as velas, use os lençóis bonitos, use roupa chic. Não guarde isto para uma ocasião especial. Hoje é especial.

22. Prepare-se mais do que o necessário, depois siga com o fluxo.

23. Seja excêntrico agora. Não espere pela velhice para vestir roxo.

24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.

25. Ninguém mais é responsável pela sua felicidade, somente você..

26. Enquadre todos os assim chamados "desastres" com estas palavras 'Em cinco anos, isto importará?'

27. Sempre escolha a vida.

28. Perdoe tudo de todo mundo.

29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.

30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo..

31. Não importa quão boa ou ruim é uma situação, ela mudará.

32. Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso.

33. Acredite em milagres.

34. Deus ama você porque ele é Deus, não por causa de qualquer coisa que você fez ou não fez.

35. Não faça auditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo agora.

36. Envelhecer ganha da alternativa -- morrer jovem.

37. Suas crianças têm apenas uma infância.

38. Tudo que verdadeiramente importa no final é que você amou.

39. Saia de casa todos os dias. Os milagres estão esperando em todos os lugares.

40. Se todos nós colocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos todos os outros como eles são, nós pegaríamos nossos mesmos problemas de volta.

41. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.

42. O melhor ainda está por vir.

43. Não importa como você se sente, levante-se, vista-se bem e apareça.

44. Produza!

45. A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente.”

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Congresso assalta a Nação

Ingo Hering, um dos maiores, senão o maior, empreendedor de Blumenau um dia, numa reunião com diretores das empresas, desgostoso com algumas decisões, disse: “Ainda bem que nossas empresas crescem à noite quando nossos diretores dormem”.
Em nosso País acontece o oposto. É justamente quando a Nação dorme é que nosso Congresso perpetra insolentemente suas patifarias. Aumentar em espúrio acordo de liderança em 7.343 o número de vereadores do país é assaltar a Nação da forma mais criminosa.
Todos os gastos com salários, móveis, salas, assessores, carros, computadores, café, ajuda de custo, papéis e diárias custarão mais de R$ 6 bilhões. Apenas com salários secos o cálculo mais conservador aponta que os gastos superam os R$ 250 milhões.
Cresce o movimento das forças responsáveis da Nação, embora tardiamente, contra este assalto. O Brasil tem de reagir.
Por que precisamos de mais vereador quando não temos médicos em quantidade e especialidades para atender nossa população?
Em Joinville o número de vereadores saltará de 19 para 25. Certamente temos com o número atual mais vereadores que oncologistas, cardiologistas e oftalmologistas atendendo nos postos de saúde de nossa cidade.
Como podemos aceitar que nossa Constituição seja reformada com um espúrio acordo de lideranças?
A Câmara de Vereadores, pelo menos aqui em Joinville, pode seguir o exemplo de Jaraguá e não permitir o parto desse monstrinho sanguessuga. Para que os seis novos vereadores venham assumir é necessário que a lei orgânica seja alterada. Basta que nossos legisladores atuais não cometam este atentado.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Sinais do apocalipse

O amigo Vitor Guilherme mandou-me este texto e pela inteligente sacada reparto com voces
Lázaro Ramos... galã.
Sandy... devassa.
Faustão... magro.
Silvio Santos... pobre.
Dilma... fazendo omelete na Ana Maria Braga.
Tiririca... na Comissão de Educação
Maluf e Collor na Comissão da Reforma Política...
Genoíno na Assessoria de ética do governo...
Lula dando palestras em Universidades...
O mundo vai mesmo acabar em 2012